Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
estava a passear pelo paredão, diga-se para os que não estão familiarizados com o termo, que é a denominação que os cascaenses dedicam à via pedonal que se prolonga pela costa do sol, banhada pela rebentação das águas de Dezembro e iluminada pelo sol de Julho... mas como aferia, passeava eu pelo paredão, observando a estereoctomia do pavimento e imaginando quantas vidas teriam pisado o mesmo destino, quantas o teriam percorrido pelo instinto do atraso para um encontro, quantas teriam simplesmente dedicado a sua presença ao exercício do jogging ou do walking... quantas teriam, como eu, praticado a faculdade do percurso pelo simples prazer da observação da vida emanescente. apreciar o skyline da vila de Cascais, sentir a presença do turismo ecléctico a cruzar-se com o rudimentarismo, tão nosso, como poético.
caminhei sob a aura de uma nobreza pretérita, os senhores e fidalgos que em tempo tomavam este nosso encanto, como a folga elitista dos afortunados. suspirei mentalmente a evolução, hoje sou plebeia e digna de caminhar sobre aquele chão tão mais nobre que aqueles que se afirmavam ser.
avistei no horizonte os domínios que encerravam o concelho, não me preocupei com o desarranjo urbano, ou a carência de certos atributos dignos de um concelho como o de Cascais. olhei... simplesmente olhei com olhos de ver, aconchegada por um profundo sentimento de paz, respirei fundo para levar comigo um pouco mais daquele segredo e pensei: sim, isto é Cascais.
(crónica escrita para o novo site Cascaisonline.com)
PAS
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.