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Crianças Especiais

por PAS, em 30.05.08

hoje sentei-me a pensar no Portugal infante, pobre "casta" que padece de um mal recém-descoberto, o “aumento exponencial de docentes” da primária para o 1º ciclo.

ao que parece foi denunciado que os nossos descendentes menores vivem atormentados com esse “aumento exponencial de docentes” que os espera após a travessia da ponte para o 1º ciclo. é terrível, doloroso, anti pedagógico, um choque social, uma criança passar a ter vários formadores ao invés do prático uno que os acompanhou pela fase primária, no entanto, essa delação sofre de falta de continuidade, isto porque, as mesmas indefesas, imberbes e pueris imagens de uma sociedade menor conseguem resistir ás suas insuficiências e dotar-se com a capacidade de conviverem com artifícios como os telemóveis, computadores, consolas de jogos, entre outros gadgets, criados à consideração (a maior parte deles) de uma “casta” adulta.
não compreendo a incongruência. não compreendo a necessidade de continuar a criar subterfúgios e facilitismos para ocultar a inabilidade de resolver uma mentalidade ociosa, desmoralizada e acima de tudo descrente nas suas potencialidades.
a história da educação diz-me que existem décadas de discentes educados sobre a égide da regulamentação actual, hoje cidadãos formados.
no entanto a reforma da educação passa pela reformulação de um conceito já consolidado, de uma primeira etapa de crescimento… a sina portuguesa de inventar em vez de emendar.

a discência infantil é hoje, ao que parece, uma realidade atroz.

PAS

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Sonhar muçulmano

por PAS, em 19.05.08

estava deitada, inerte naquele manto de alcatrão molhado, à minha volta uma multidão transtornada procurava fazer do meu amor "infiel" uma lição para qualquer mulher, que como eu, ousasse amar outra pessoa que não a prometida. estava deitada, prostrada à vergonha da minha cultura, ou à falta dela. nos rostos daqueles juízes sem tribuna estava vincado o horror, a repulsa por ver uma filha do islão conspurcada pela natureza humana.
eu sabia o que a vida me reservara, a pena do meu amor era ódio, violência... e enfim a morte.
Não se demoraram os pontapés no ventre e as pedras no corpo, gestos carregados de infâmia acompanhados de palavras cuspidas de ignomínia profunda, já não era mais do que aquilo que o nascimento me destinara... um objecto.
Dançava, agora, pelo chão qual ignota de uma sociedade sem castas, a dor física já só existia num lugar remoto da minha consciência, os meus olhos, vigias do castigo imoral, fechavam-se a cada penitência até que a exaustão acabou por conduzi-los aos pés empoeirados de uma menina, uma imagem igual à minha, o semblante da ignorância de quem não sabe o que é e o que será.
a morte chegaria em breve, via-a nos olhos da criança e sentia-a no âmago. foi naquele instante de regresso ao tumulto que vi a pedra no meu encalço, a última mensagem criteriosa, a última imagem de um mundo que não me viu nascer e não me iria ver morrer.

em homenagem a todas as mulheres que perecem pela a mão dos verdadeiros infiéis.
com tristeza e vergonha,


PAS

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