Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
a natureza humana é de desconfiança. é natural ou artificial – deixo isso para os iluminados – olharmos com cepticismo para o que a vida, o tempo, nos traz. eu não questiono que assim o seja. a questão reside na legitimidade da descrença… enquanto uns perseguem a verdade científica qual jornada pelo Santo Graal, outros preferem mobilizar-se no sentido do ostracismo da crença. tenho inveja de quem crê, crer é sonhar e acreditar no sonho, eu não creio e choro-o. vivo no espectro da razão e da lógica, do “real” e não entendo – ou não quero entender – aqueles que fazem da propaganda contra a fé um rumo, é como marchar contra um sonho com o intuito de o matar… e o mundo anda ao desalento.
não entendo porque se há-de rebater a existência, sem verdades absolutas, só porque. não entendo a sofreguidão por uma vida sem utopias para viver somente da realidade científica. é um vazio! é cru e cruel… cruel como o incentivo à descrença.
não há Deus! não há vida! não há futuro apenas presente... o que existirá de facto? Creio que nada…enfim.
PAS
foi com esta marca que Nelson Évora rasgou um sorriso no semblante, carregado, português… não vi o feito, segui de forma obsessiva os diálogos que iam circulando, in tempus, num fórum dedicado. no entanto, gosto de imaginar rostos apontados aos ecrãs a jubilar com a vitória depois do suspense, os auriculares encostados a escutar o relato de uma façanha capaz de unir dois países separados por milhares de quilómetros, e, acima de tudo, sentir no gesto de Nelson mais do que um salto, uma afirmação: sou Português e sou Campeão!
parabéns!
PAS
p.s. apesar de ser natural da Costa do Marfim, Nelson Évora é mais português que muitos.
Jogos Olímpicos ou Jogos Oníricos?
não é surpresa para qualquer concidadão o fracasso da Selecção Olímpica Portuguesa, imagem essa que nem a etérea Vanessa Fernandes (medalha de prata no Triatlo) consegue disfarçar, reflectindo-se o mesmo na celebração disléxica que se seguiu ao feito da jovem atleta, ao dizer que a medalha de prata era valia mais que a de ouro... inquiri o que é que a rapariga andaria a tomar com leite? a resposta descobri no não menos surpreendente discurso, do alucinatório Laurentino Dias ao descrever o "feito de Vanessa" como "um doping natural e positivo” hmmm… daí natural a confusão de Vanessa - com sorte ainda retiram a medalha de valor superior ao ouro à jovem atleta.
mas como eu dizia não é surpresa nenhuma as exibições antagónicas de sucesso da tão apregoada maior comitiva de sempre a participar nos Jogos Olímpicos, porquê? ora porque são propositadas.
antes de mais é preciso compreender que somos um país de enorme sentimento social, valorizamos acima de qualquer conquista olímpica a integração social daqueles que por qualquer deficiência não podem interagir naturalmente com a sociedade. o que é que isto tem a ver com o propositado falhanço dos atletas portugueses? bem, digamos que na ausência de fundos sociais para apoiar estes deficientes encontrou-se uma solução económica pontual - condicionada pelo acontecimento bissexto - mas de enorme exponente psicológico, estou a falar das Para-olimpíadas. como é que se podia dar valor ás conquistas para-olímpicas se os atletas olímpicos cumprissem os seus desígnios? seria empolar a natural falta de objectivos desses atletas com deficiência... pelo menos de acordo com o Director do Laboratório de Análise e Dopagem de Lisboa, Luís Horta, que diz: "que os atletas para-olímpicos têm as mesmas motivações que os atletas olímpicos mas muitas vezes têm muito menos objectivos na vida". ora nem o Diabo teria dito melhor.
assim se percebe o porquê da medalha de prata/platina da Vanessa (foi o pior que ela conseguiu!) e a falta de outras medalhas no nosso expectante pobre palmarés... é preciso, acima de tudo, valorizar e objectivar a comunidade deficiente de Portugal.
há que se saber esperar pelas verdadeiras Olimpíadas... a.k.a Para-olimpíadas.
PAS
ontem, depois de assistir à verborreia do nosso PR, assomou-se-me um pensamento: seria o comunicado do Presidente um anúncio da Rede 4? fiquei em suspenso a assistir ao endossar léxico do nosso mais alto comandante na esperança de o ver terminar com um "falar caro não faz sentido"... mas tal não aconteceu, aconteceu sim a abordagem de alguém que comigo assistia ao bendito, a solicitar uma tradução ao que acabara de ouvir - hmmm não sei como classificar aquele momento, apenas me vem à memória a imagem de um cartoon japonês com uma gota ao lado da cabeça e os olhos em cruz.
de facto se o objectivo de Cavaco Silva era dar uma nova dimensão ao ditado "para grande entendedor meia palavra basta" ele alcançou mais uma vitória, pois ao acordo ortográfico podemos agora juntar a reforma dos ditado nacionais, com a introdução da primeira alteração a esse código cultural: "para meio entendedor, grandes palavras bastam".
oh messa.
PAS
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.