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Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
Cheira a cimento molhado,
Um bafo quente ergue-se
Pelos poros que a sede criou.
Lágrimas desenham no chão
O gesto que a chuva fingiu ser
À bênção de um tímido senhor.
Erguem-se pares sentados
Ao ritmo estranho do bulício
A razão olvida-se pela pauta
Que a sinfonia permite ouvir.
Cruzam-se olhares distantes
Ávidos pelo horizonte comum:
Seja ele as seis da tarde,
O desejo frouxo de qualquer um.
Cheira a cimento molhado,
E pleno de desagrado
Cinjo os meus olhos no chão.
PAS
Fito esses teus olhos escuros,
Pequenos mas sábios.
Fitava.
Ouço a tua voz, grave,
Eloquentemente pausada.
Ouvia.
Bebo cada palavra expressa,
Cada trago, o conhecimento.
Bebia.
Conduzo a minha mente
Por sítios por ti navegados.
Conduzia.
Anseio pela tua atenção,
Com a urgência da existência.
Ansiava.
Aguardo o teu toque,
Agora e na hora da minha morte.
Aguardo.
PAS
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