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Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
Não percebo. Também não percebo muita coisa e cada vez percebo menos.
Existe neste país uma vontade masoquista que se sobrepõe à razão e ao discernimento. Uma vontade masoquista criada por uma relação doentia entre um segmento da população e um indivíduo desonesto mascarado pela eloquência e sedução de um discurso adornado de falsidade e quimeras absurdas.
Um dia falei num qualquer síndrome de Estocolmo que parecia afectar a sociedade, uma estranha dependência dos portugueses a um criminoso, como se só nele encontrassem a verdade, apesar deste, insistentemente, lograr fazer-lhes mal. Estranho é que nem mesmo quando a mão lhes é estendida no sentido de as resgatar do suplício elas se divorciam da relação doentia. Dispõem-se a defender, inclusive, o perpetrador como se a culpa fosse mácula delas e nunca do estóico criminoso.
Como digo, não percebo.
Sempre que o vejo, de caraça hipócrita vestida, a discursar ao seu “amado povo”, oração de amor eterno, sinto uma dor no âmago pela indulgência da população. São indivíduos como este que destroem nações e que as escrevem nas páginas negras da história.
Não percebo. Também não percebo muita coisa e cada vez percebo menos, mas uma coisa sei, a mim, o encantador de multidões, não engana.
PAS
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