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Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
Num facho de luz passeia-se sombra de vida.
Ausente de adjectivos e urgente de proveitos,
Olha desconsolada para um horizonte negro
À procura de vivalma que lhe mereça a noite.
Veste, nua, a pele mascarada de imundice,
Collants rasgadas sob um manto sobejo de coito,
Cabelo desgrenhado com nuances de outrora.
Entre bafos de tabaco que se erguem do açoite,
O olhar anónimo de escrutínio adivinha a prostração,
O semblante carregado de experiência e demência
Que a profissão ofereceu no leito da fome e do ópio.
Tu, que danças no holofote d'uma vida interrompida,
Filha da inverdade, irmã da virtude, mãe sem efeito,
Condenas-te sem eito ao abuso babilónico do ego,
Por falsos contos de fada escritos em notas de euro.
Danças sem par, na solidão de uma esquina de luta,
Sem cavaleiro, nem história, soçobrando em vida
qual navio de defeitos em pagamento de dívida,
Estreitas a utopia que uma ignorância ida criou,
Quiçá desejando à sorte uma coreografia de morte,
O descanso pueril para uma puta que se inventou.
PAS
tic-tac, tic-tac, tic-tac,
é o tempo e passa sem ti.
histórias que se escrevem
na tua ausência, indiscreta,
sob linhas de desconforto.
tic-tac, tic-tac, tic-tac.
continuo aqui, sem ti,
a dar passos sem rumo.
adormecida no tacto,
infel aos desejos de outrora.
tic-tac, tic-tac, tic-tac,
tic-tac, tic-tac, tic-tac...
um minuto, uma hora,
tempo imenso sem termo,
espero de ti um vislumbre
do último tic-tac em mim.
PAS (em tua memória - 23.03.2009)
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