Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
Eras encanto.
Singelas pernas, arqueadas
E tronco curvo bamboleante,
Teus pequenos braços, estendidos,
Pediam sempre o meu encontro.
Souberas tu o que sei hoje.
Eras coragem.
De cabelos ruivos, pelos ombros,
Beijavas flores, azedas, pela pradaria
Contavas entre perigos sui generis
Conquistas que o tempo fingia.
O teu amor, infância, era abandono.
Souberas tu o que sei hoje.
Eras drama. Eras fantasia.
A criança boleima virara alta e esguia.
Escrevia de letra e alma inocente
A dor que um tal de poeta carpia.
Ah jovem, filha de Eva e da serpente!
Souberas tu o que sei hoje.
Eras tristeza.
Cabeça queda a sonhar bizarria
Perderas a eloquência e a companhia.
Arrastaras pelos pés pesadelos
Que a mocidade confusa te devia.
E hoje sonhos? São noites sem vê-los.
Souberas tu da tua vida.
Eras tudo isso, serás tudo mais
O passado escreveu uma história
Caberá um final diferente aos demais.
PAS
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.