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Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
15.Agosto.2013
Dias nadam sobre ondas invisíveis de raios UV, a mente associa-se ao ócio e o pensamento torna-se um registo oásico de um deserto de ideias. De fundo faz-se soar a normalidade, através de um A/C demasiado barulhento para ser premiado pela temperatura menos sofrível do antro.
Não se passa nada. A televisão oferece uma variadade de merda apenas existente nas fossas comuns do interior da China. À janela, observo a rua vazia. Fico a aguardar os naturais rolos de feno habituais nos desertos cinematográficos. Mas nada. Nem vento, nem feno, nem lixo.
Ligo para alguém, só para saber se o som do outro lado, da agora inexistente linha, era igual ao do oco e pausado silêncio. Apenas o toque ininterrupto de chamada se faz presente.
Dou um berro, os dois gatos olham para mim e logo desviam o sentido para se recostarem-se novamente no sofá. Também eles se vergaram ao nada.
Fico a olhar ao espelho, só eu e eu, tento descobrir o significado do "nada no olhar", procuro-o no meu olho direito, depois no esquerdo, até a vista ficar turva, ardente e uma lágrima escorrer pelo rosto.
Uma voz chama-me de outra divisão e retira-me da hipnose. "Um algo" pensei. Corri. A revelação foi o alarme do e-mail a avisar-me, que Nada estaria a aguardar. E porque um bom feriado é um bom conjunto de nadas, suspendi a busca por algo e abracei o nada, como se não houvesse amanhã.
PAS
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