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Uns mais afim que outros, enquanto os outros nem sabem do aforismo
agito as mãos em gesto de descompressão, junto os dedos da mão direita aos pares da mão esquerda, falange com falange, estalo-os. fecho as mãos em punho, os nós ficam brancos até me soltar de novo.
pego na minha guitarra acústica Fender, negra - qual Johnny Cash - sinto-lhe as curvas, a madeira macia envernizada. olho para as tarachas cromadas, quais espelhos de um desejo e depois as cordas de bronze, passo suavemente o indicador pela primeira corda e faço-o deslizar... sinto a textura metálica sibilar pela divisão e pelo meu âmago.
agarro com a mão esquerda o braço da guitarra e abraço o seu corpo ao meu... somos um. coloco os meus sentidos sobre as cordas e pressiono-as contra a matéria, agarro a palheta e deixo-a cair sobre as cordas estranguladas por uns dedos agora desinibidos, numa dança cúmplice.
soltam-se os acordes.
PAS
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