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A Brasileira

por PAS, em 11.03.14

Local: Brasileira 
Comentário: Isto está entregue aos bichos!

Sim, o café chama-se Brasileira, mas como tudo o que se espera de inteligente, não tem que ser levado de forma literal. Isto porque, o estabelecimento, símbolo da Lisboa histórica e casa da magnífica escultura de Lagoa Henriques, dedicada ao maior poeta moderno português, está inundado (oferta dos constantes dias molhados) de empregados brasileiros e outros quejandos.
Ora, isto não seria problema se:

1. Os empregados fossem, independentemente da nacionalidade, competentes;
2. Os empregados fossem diligentes;
3. Os empregados nos tratassem como clientes e não como "gajos-que-vêm-dar-trabalho-a-quem-quer-estar-encostado-ao-balcão";
4. Se o produto servido fosse de uma qualidade tal que o serviço dos mesmos empregados fosse absolutamente obliterado pela gastronomia.

Como nenhum dos pontos acima se adequou ao contexto da visita, restou ao meu parceiro na empreitada o comentário: "Isto está entregue aos bichos!"

Sim, está. A Brasileira, como Portugal, está entregue aos bichos, quando os valores pelos quais se erigiram se desmontam numa retórica fria de procura de lucros desenfreados, sem contemplar a qualidade, a génese, o orgulho de ser português. O salário desumano e a exploração é hoje uma bandeira infinitamente superior à responsabilidade de representação de uma cultura. Que se lixe a cultura, que se lixe Lisboa, que se lixe Portugal!

Quando entro na Brasileira e ignoro o seu valor histórico em detrimento de um serviço de merda, com produtos de merda, e me pergunto: "Mas esta gente sabe que está a trabalhar n' A Brasileira?", assumo que fui comida por mais um bicho.

 

PAS

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O caminho para a justiça no futebol há muito tempo que deixou de estar assente na premissa, “marcou mais golos, venceu o jogo, por isso é justo”, o futebol é hoje uma indústria que envolve milhões de euros. Clubes deixaram de ser meras associações desportivas para se transformarem em empresas, geridas com base no rigor financeiro, onde as vitórias são o cunho do sucesso da mesma.  Aquilo que antes era parte de um jogo – o erro de arbitragem - e aceitável pela simples condição desse mesmo jogo, hoje influencia o destino dos clubes, das empresas.

 

Não é lógico, nem tão pouco crível, que a rejeição da modernização da arbitragem, com recurso ás novas tecnologias, resida no argumento, que é “mais puro desta forma”, ou “que o erro faz parte do futebol”. Sim, o erro faz parte de muitos desportos, mas não de forma tão influenciável como acontece no futebol.

 

É óbvio que não se pode revolucionar uma posição de decisão se não houver abertura para modernizar, uma figura que esforça-se, há décadas, para acompanhar o nível de modernização que o futebol tem sofrido.

 

Pode haver cepticismo, descrença na solução de erros de arbitragem, ora por ignorância nos meios existentes, ou pela simples razão de se pensar que o recurso às novas tecnologias tenham tendência para tornar o jogo mais lento.

 

Pois eu tenho uma ideia, um conceito que gostaria de apresentar, que tornaria o árbitro num agente de jogo com acesso a múltiplos níveis de informação, capacitando-o de tomar decisões acertadas, a que hoje está impossibilitado, ou simplesmente destinado a errar.

 

A ideia reside num simples objecto, auxiliado por uma figura externa, fora das quatro linhas de jogo, com acesso às imagens de jogo em tempo real.

 

O objecto: Google Glass (ver aqui)

 

A utilização: Com o Google Glass o árbitro teria acesso a repetições em tempo real através de um feed enviado pelo auxiliar no exterior do terreno de jogo.

 

Exemplo: Fora-de-jogo duvidoso

Nesta circunstância seria dada continuidade ao lance de jogo, sendo possível com acesso à repetição invalidá-la posteriormente, em caso de irregularidade. Mesmo em situação de golo, este só seria validado depois de confirmada a posição legal do jogador.

 

Exemplo 2: Penálti

Um jogador cai na área. O árbitro pára o jogo e com acesso às imagens de repetição toma a decisão.

 

Exemplo 3: Expulsões

Seja por situações de entradas perigosas ou agressões, o árbitro pode consultar as repetições enviadas para o seu Google Glass  para avaliar se a expulsão é a decisão acertada.

 

Exemplo 4: Bola dentro ou fora da baliza

Já está em utilização o olho de falcão no campeonato inglês, dessa forma a comunicação entre ambas as tecnologias seria muito mais estreita e automática. E não existindo o olho de falcão, noutros campeonatos, as repetições seriam novamente o auxílio perfeito para o árbitro.

 

Num mundo onde as novas tecnologias estão cada vez mais presentes, onde cada vez mais pessoas assistem a jogos pela televisão ou internet, onde pessoas nos estádios têm acesso a informação em tempo real e repetições dos jogos, nos seus smartphones e tablets, é apenas lógico que se assista a uma evolução num desporto que move milhões, tanto ao nível de espectadores como de euros.

 

PAS

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Rubik

por PAS, em 13.09.13

Eu acredito que as pessoas e consequente postura na sociedade são semelhantes à forma como se olha para um Cubo de Rubik. 

Umas procuram, trabalham, torcem e o falhanço é o único resultado. Podem, eventualmente, chamar vitória a uma linha, quem sabe até a uma face, mas o mundo sabe que falharam e continuarão a falhar. 

Depois existem os conformados, aqueles cujo o tutti-frutti é sinal de suficiente, mexer num cubo é estúpido e que o sólido tem “mais piada” assim. Nessas situações a percepção é de que a vida é para ser uma caminhada pela estrada do desinteressante e o horizonte uma linha ao fundo da estrada. Quase podiam ser minimalistas, se o minimalismo não tivesse todo um conteúdo por trás de uma retórica, inexistente nestes “Tutti-frutti”.

Por fim, os Rubikianos, indivíduos que abraçam um projecto, uma conduta, e não se deixam vencer pela dificuldade, procurando com maior ou menor dificuldade o sucesso, construindo linha a linha, face a face as cores da sua vida. 

Claro que ainda existem aqueles que roubam cubos, destroem-nos pelo que representam, ou ao invés de se preocuparem com os seus cubos concentram-se em interferir em cubos alheios.

Depois de 189 palavras de analogias de século XX, concluo. Bem sei que existem pessoas – cruéis sinaléticas humanas – que avisam, com moderada frequência, que outras são apenas arraçadas da espécie. Eu limito-me a concordar, pelo menos pelos próximos dias, até a última estupidez humanada ter sido evacuada... literalmente.


PAS

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Juditismos

por PAS, em 29.08.13

19.Agosto.2013

 

Hoje a TVI conseguiu bater o recorde de pior entrevista de sempre num canal de televisão português. 

Entrevistado: Lorenzo Nobody Gives a Fuck Who
Entrevistadora: Judite Estaline Sousa

Então o assunto foi, tão só, a enormidade da riqueza do Lorenzo, que nasceu no Brasil, viveu em Milão e agora reside no Estoril. Assim como o dinheiro que gasta com festas de aniversário, joalharia, carros e outros, e o facto de não dar a sua riqueza ao povo português, pobre e descompensado. 
A Judite resolveu vestir o manto vermelho e acusar o rapaz de fútil, de desfrutar de uma riqueza que em portugal devia ser crime, e quase culpar o "cristo" da crise instalada.

No final, quase me apeteceu dar uma moeda ao Lorenzo e uma chapada à Judite, principalmente, quando tantas vezes já passou pelos holofotes da tv portuguesa um senhor chamado Cristiano Ronaldo que é cópia chapada da vida de fausto do Lorenzo Nobody Gives a Fuck Who, e considerado imagem de sucesso.


PAS

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Observo, hoje, entre a celeuma que se ergue por ordem de uma “geração à rasca”, o percurso corrido e arrastado na lama de miséria que um Estado criou. São anos, quiçá décadas, de subserviência a uma centelha de normas e ditames castrantes e insultuosos à condição humana, ironicamente condecorados pelo “papismo” de líderes políticos sob a égide de reformas, crescimento e competitividade. De permeio, no beiral dessa estrada olhada, vemos a exploração de uma classe de sonhos de morte anunciada. Vemos um princípio de escravidão, que lentamente, qual doença crónica foi evoluindo para se transformar numa relação perniciosa, de autoflagelo e sadismo.

Observo, hoje, a relação promíscua entre a jovem inocência laboral e o patronato como um qualquer síndrome de Estocolmo, onde o flagelante – patrono – toma um papel tão preponderante na sobrevivência do jovem, que este se submete ás condições que o primeiro desenha, sem contestar o conteúdo. E se neste cenário, como qualquer vítima de sequestro, é compreensível o laxismo e a inércia do jovem, pela situação de dependência decrépita que se criou, o mesmo já não acontece na figura de quem assume o papel director. Que dimensão de sadismo existe no corpo de quem submete o futuro da sua prole aos desígnios da precariedade? Quando é que o egoísmo de quem foi um dia filho e jovem se transformou na gerência pérfida desta sociedade?

São falsas questões, tão falsas quanto o caminho que muitos dos protagonistas desta hecatombe social percorreram rumo ao lugar mais alto da hierarquia, contornando regras, subornando opiniões, cultivando títulos de glória sem guerra, sem suor. Contaminando a infância com falsos conceitos de igualdade e justiça, fazendo porventura crer aos seus filhos que a desonestidade é o direito, a mentira o mérito. Que geração esperar desta descendência?

Não compreendo uma sociedade que usurpa quem mendiga pela sobrevivência, em nome da austeridade e permite, qual vassalagem à luxúria e ao fausto, salários principescos a compadres, por certo de qualidades supremas.
Contabiliza-se, de forma oficial, 25 por cento de jovens adultos portugueses no desemprego, arrisco-me a depreender que outros 25 estarão entregues à “misericórdia” do patronato e dos seus falsos recibos verdes, arriscando mês sim, mês também, uma nota de sincero agradecimento pelos serviços prestados junto a uma declaração de dispensa, sem a salvaguarda que a nossa constituição de direito e democracia acertou um dia pela virtude de quem trabalha. É uma chaga. Uma vergonha.

Pergunto que futuro espera uma nação quando hipoteca a vida de quem um dia terá aos ombros a tarefa de a carregar?

 

PAS

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Triunvirato de escolhas

por PAS, em 11.05.11

Em tempos, década de 1930, houve um individuo de nome Paul von Hindenburg, que criou o ministério da propaganda aquando a tomada de posse do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores. Joseph Goebbels, responsável pelos desígnios deste ministério, terá sido um excelente professor do actual Partido Socialista pois a forma como controlam e manipulam a informação/cultura é tão preocupante que emite um sinal de estranha adoração pela figura de quem lidera o Partido Socialista, ao ponto de tudo o que diz se transformar em verdade absoluta e absurda, ou na sombra da dúvida se prestar à reinterpretação.

Todos os dias somos confrontados com a presença de um ou mais representantes, nas nossas televisões, rádios, ou jornais, a vender terrorismo político, numa clara tentativa de enunciar a oposição ao conglomerado de mal intencionada, e vestir a mesma de inimigo do povo.

Este comportamento não seria de todo preocupante se a história das sondagens não contasse um crescimento, em todos os pontos indecifrável, nas intenções de voto dos mesmos indivíduos que conseguiram colocar Portugal numa das piores situações de que há memória.

Não seria preocupante se um dos nomes enunciados, como candidato à vitória nas legislativas, não fosse o mesmo do individuo que mente compulsivamente ao seu povo, que afirma arrogantemente que não precisa de ajuda externa, que não se dispõe a governar com esta e dias depois está a chamar um triunvirato de auxílio e a clamar ser o melhor intérprete para liderar os desígnios do povo.

Não, não seria preocupante se o povo português ao invés de beber as palavras de certos intervenientes, de quem se espera uma postura de estadista e elevação e se produzem quais galãs de novela de horário nobre, se mobilizasse no sentido de conhecer a realidade por trás das palavras. Que ao invés de abraçarem partidos quais clubes desportivos, almejando apenas vitórias sem se preocuparem com o conteúdo formal dos mesmos, se preocupem em defender as suas famílias e interesses.

A retórica não alimenta. Agora o conhecimento pode ser o signo da salvação e superação.

Não me preocuparia com o futuro do meu país se encontrasse em cada português eleitor, um português interessado e empenhado em encontrar no leque que se apresenta a sufrágio a solução para a nação e por conseguinte para si.

Por ora preocupo-me e muito. Lembro os alemães, desenvoltos, seduzidos e fascinados por uma retórica deturpada e esquizofrénica de loucos, e penso se eles pecaram como irá este meu povo superar a propaganda?

Resta-me esperar que, dia 5 de Junho, um qualquer génio sirva a consciência global de um discernimento superior ao lixo a que foi exposta.

Porque por estes dias, meses e anos, Portugal é deveras preocupante.

 

PAS

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Assócrates

por PAS, em 07.04.11

Não percebo. Também não percebo muita coisa e cada vez percebo menos.

Existe neste país uma vontade masoquista que se sobrepõe à razão e ao discernimento. Uma vontade masoquista criada por uma relação doentia entre um segmento da população e um indivíduo desonesto mascarado pela eloquência e sedução de um discurso adornado de falsidade e quimeras absurdas.

Um dia falei num qualquer síndrome de Estocolmo que parecia afectar a sociedade, uma estranha dependência dos portugueses a um criminoso, como se só nele encontrassem a verdade, apesar deste, insistentemente, lograr fazer-lhes mal. Estranho é que nem mesmo quando a mão lhes é estendida no sentido de as resgatar do suplício elas se divorciam da relação doentia. Dispõem-se a defender, inclusive, o perpetrador como se a culpa fosse mácula delas e nunca do estóico criminoso.

Como digo, não percebo.

Sempre que o vejo, de caraça hipócrita vestida, a discursar ao seu “amado povo”, oração de amor eterno, sinto uma dor no âmago pela indulgência da população. São indivíduos como este que destroem nações e que as escrevem nas páginas negras da história.

Não percebo. Também não percebo muita coisa e cada vez percebo menos, mas uma coisa sei, a mim, o encantador de multidões, não engana. 

PAS 

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Alô?

por PAS, em 17.11.10

Sujaram-me hoje a face de dissimulação. Esperei, no seio da boa vontade e empatia, reservar juízos de valor e dar o benefício da dúvida a quem por repetidas vezes demonstrara não o merecer. Sob a sombra da perda e da memória de quem fora casta e diáfana ousei sonhar em descobrir a outra face de uma lua eternamente escondida na obscuridade. Pecado meu.

Sujaram-me a face de dissimulação... reservei na mente o acto e lavei a mesma face na água santa que a recordação de um anjo soube criar. E se o espinho da falsidade não me impediu de seguir o rumo que me destina, sem causar cancro na alma, já a ausência de pudor sobre a memória da mesma santa finca-se-me repetidamente no âmago, qual exercício repetido de uma navalha, de desonestidade e avareza, contra a forma da inocência. Pecado meu?

Sujaram-me a face, e por mais que a lave no esoterismo da minha crença, sinto-a marcada pelo desgosto e pelo desencanto. Sangue do meu sangue, pecado do meu pecado? Escrevo mil vezes uma calúnia para lutar contra o meu desamparo emocional. Sujas, lavadas, as feridas moram cá, sem argumento que oblitere o efeito cáustico e agnóstico que me circula pelas veias como veneno.

Revejo-me, qual idiota do pensamento, a tentar estudar os efeitos e pseudo-efeitos que outros contextos teriam permitido: um momento de catarse negativa, que fizesse cair uma caraça de traços tão perfeitos que me estupidificasse perante tão mor surpresa; se a triste realidade de conhecer os contornos de uma face hipócrita e permitir-me a sujeição a mais uma deselegância, a um engodo. Pecado meu concerteza.

Sujaram-me hoje a face de dissimulação e eu deixei.

 

PAS

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Carta à Nação

por PAS, em 15.10.10

Querida Nação,

 

Estou estupefacta com o que se passa neste país. Não posso, de facto, garantir em momento algum ter tipo grande fé na capacidade dos nossos políticos – ou em quaisquer outros, diga-se – mas o que se passa actualmente é por demais escabroso e insultuoso para comprar como mais uma penosa governação.

Hoje observo uma manifestação quase hipnótica de vários agentes a defender a aprovação de um atentado ao direito à vida, seja pela subtracção dos bens que o sacrifício diário gera, ou pelo aumento do valor de outros bens que nos aconchegam... estamos entregues a uma doutrina que evoca a imperativa aprovação de um documento virtual, que todas as semanas vai cuspindo novas medidas de austeridade, nunca no sentido do corte de despesa, mas no aumento da receita à custa de quem legitimamente espera gozar os frutos do seu trabalho.

Observo uma sociedade tão traumatizada pelas feridas recentes de uma crise económica global, que se oferece para participar num show de sadomasoquismo preconizado por uma governação despida de consciência.

Como olvidar perto de 11% de população em idade laboral no desemprego e pedir que se suba IVA, que se cobre IRS indiscriminadamente, que se diminua a dedução fiscal, que se peça o estrangulamento autónomo de cada indivíduo? Famílias a tentarem sobreviver com o ordenado mínimo... Como? As crianças, como? E aqueles que vivem da boa vontade e da doação? E aqueles como eu, que querem sonhar, sonhar com uma família, com uma casa cheia, com uma vida cheia?

A apatia, a submissão conta-me a história de um qualquer síndrome de Estocolmo, como se as almas dos portugueses tivessem sido seduzidas pela miserabilidade e hoje já não conhecem outra realidade, ao ponto de a defenderem como inequívoca, necessária. Não é suposto sofrer-se para viver, não é suposto sobreviver-se.... É suposto tão só viver-se.

 

PAS

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Sol, Chuva e Fezes

por PAS, em 01.09.10

Este Verão – Inverno noutras zonas do globo – tem sido particularmente difícil de racionalizar, temperaturas altas em zonas amenas, chuvas torrenciais anómalas, pessoas de camisola no Rio de Janeiro... enfim, um festim para os defensores dos efeitos nefastos das supostas alterações climáticas, uma dor de cabeça para aqueles que, qual teoria do caos, não acreditam que pelo simples facto de assobiarem para o lado sobre as causas de tão díspares sinais climatológicos, uma borboleta levanta voo no hemisfério contrário e que cai uma enxurrada num quintal num ponto qualquer do outro lado do mundo. Al Gore deve estar nas suas sete quintas... nenhuma da enxurrada, claro!

 

Tenho que assumir que sou leiga no assunto, limito-me a levantar de manhã, olhar pela janela e avaliar a minha toilet de acordo com a observação. E a minha avaliação sobre os assuntos climáticos resume-se a uma pesquisa no Google sobre o estado do tempo nos 10 dias seguintes. No entanto o meu intelecto, limitado mas com tendências para a emancipação, tende a contrariar certos processos de consciencialização da sociedade; eu não sei se o papel que é atirado para o chão produz de facto um efeito negativo àquela película invisível – para os leigos, como eu – de nome Ozono, mas receio que a argumentação para a sensibilização social esteja a cair no obsoleto, pelos visto o pessoal está-se todo a marimbar para as vicissitudes do tempo, ou para um Ozono qualquer que provavelmente em questionário mais depressa é associado a um qualquer DJ que a uma layer crucial do nosso planeta.

A realidade porém chega-me todos os dias à porta do meu cada vez menos digno lar e cada vez mais simbólico monumento à esterqueira. Assim é! Está pois aquela entrada em plena cidade de Lisboa – uma das que oferece melhor qualidade de vida no mundo???? – entregue à sensibilidade social da nata lisboeta, ou neste caso à falta dela. Estou neste momento sob um dilema de proporções galácticas, não sei se hei-de contactar com as autoridades e reportar o desaparecimento dos almeidas, e expor aquilo que poderá ser uma manobra de uma organização criminosa internacional direccionada para o rapto e exploração de almeidas para fins lucrativos, colocando a minha família em risco; ou se, por outro lado, devo contactar a Câmara Municipal e questionar se está a decorrer algum concurso de esculturas recicladas, nas ruas de Lisboa, estando o mesmo ainda em fase de recolha e agrupamento de material, sendo a minha porta um claro receptáculo do mesmo! Um verdadeiro Ponto Castanho, para colocação de merda reciclável.

Certo, certo é que a história da carochinha e das alterações climáticas são mega giras mas o interesse reside apenas para uma percentagem equivalente àquela que se senta no fastio da Assembleia da República, a defender os Verdes! Sugiro por isso que comecem a penalizar aqueles que cagam as ruas, particularmente a porta da minha, e só depois se preocupem com a lavagem cerebral sobre o tempo e o El Niño.

 

Entretanto para aqueles que ainda assim preferem dedicar os enleios à justificação de fenómenos meteorológicos sugiro este ficheiro secreto: Mistério de chuva de fezes intriga cidade francesa.

 

PAS

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