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10 Anos

por PAS, em 11.03.14

10 anos de amor
10 anos de ciúme
10 anos de conversas
10 anos de discussões
10 anos de abraços, carícias
10 anos de frio, sem calor
10 anos de gargalhadas
10 anos de mágoas
10 anos de devoção
10 anos de dedicação
10 anos de olhares trocados à margem do tempo, porque fomos nós que o criámos. E por cada olhar trocado vincamos a nossa história imperfeita com credo na perfeição. Somos um desde sempre, com 10 anos de razão.

 

PAS

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Lacrima

por PAS, em 27.09.13

caia uma lágrima
por cada dor sentida
nos braços de ninguém.
quebre-se um sorriso 
por cada mentira rasgada
do num diário de vintém.
que se verguem os braços
por cada arrepio roubado
pelos braços da inocência, 
e saia de mim a vontade,
paire por lado nenhum,
até encontrar a fórmula
que a vida me esqueceu.

caia uma lágrima
por cada choro contido
no deserto epidérmico,
e seque qual virgem fiel
no dissipar da primeira ruga
de peocupação obsoleta.
caia uma lágrima.
mas caia uma lágrima só.

 

PAS

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Sem Querer

por PAS, em 29.08.13

14.Agosto.2013


... de repente fiz-me senhora do teu pensamento e sobre a amurada de colchas e lençóis conquistei o meu espaço, bem próximo do teu, onde apenas um suspiro sobrevivia e um batimento de coração cantava. Era noite e eramos só nós dois.


PAS

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A natureza do fim

por PAS, em 12.10.12

admiro a natureza e a sua docência,
aquele desígnio caduco e único
de quem cai sem história, ou glória,
para estreitar caminho aos demais.
uma folha inerte que jaz na quietude
escreve um conto a quem herda
o seu lugar, no esquema mor da vida.

admiro a noite, escura de nome. o breu.
a música de uma só nota, em silêncio,
que seduz o sono inocente ao pesadelo.
aquelas sombras que dançam sem fé
e aguardam um óbito refém de Este.
porque admiro o inevitável e cortejo-o,
abraço forte a única constante em vida,
filha da natureza e da noite. sim, tu morte!

PAS

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A puta da esquina

por PAS, em 19.04.12

Num facho de luz passeia-se sombra de vida.
Ausente de adjectivos e urgente de proveitos,
Olha desconsolada para um horizonte negro
À procura de vivalma que lhe mereça a noite.
Veste, nua, a pele mascarada de imundice,
Collants rasgadas sob um manto sobejo de coito,
Cabelo desgrenhado com nuances de outrora.
Entre bafos de tabaco que se erguem do açoite,
O olhar anónimo de escrutínio adivinha a prostração,
O semblante carregado de experiência e demência
Que a profissão ofereceu no leito da fome e do ópio.

Tu, que danças no holofote d'uma vida interrompida,
Filha da inverdade, irmã da virtude, mãe sem efeito,
Condenas-te sem eito ao abuso babilónico do ego,
Por falsos contos de fada escritos em notas de euro.
Danças sem par, na solidão de uma esquina de luta,
Sem cavaleiro, nem história, soçobrando em vida
qual navio de defeitos em pagamento de dívida,
Estreitas a utopia que uma ignorância ida criou,
Quiçá desejando à sorte uma coreografia de morte,
O descanso pueril para uma puta que se inventou.

PAS

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Relógios

por PAS, em 19.04.12

tic-tac, tic-tac, tic-tac,
é o tempo e passa sem ti.
histórias que se escrevem
na tua ausência, indiscreta,
sob linhas de desconforto.
tic-tac, tic-tac, tic-tac.
continuo aqui, sem ti,
a dar passos sem rumo.
adormecida no tacto,
infel aos desejos de outrora.
tic-tac, tic-tac, tic-tac,
tic-tac, tic-tac, tic-tac...
um minuto, uma hora,
tempo imenso sem termo,
espero de ti um vislumbre
do último tic-tac em mim.

PAS (em tua memória - 23.03.2009)

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Sem limite

por PAS, em 09.08.11

Ondas de calor cortam

paredes cinzentas de betão cru,

uma pedra de gelo nos dedos

derrete, mais célere que os segundos

de um velho relógio de parede analógico.

A parca roupa colada ao corpo,

corpo sentado em chão de mármore polido...

olha o teu reflexo como companhia.

There's a limit to your love!

 

O ar sai lento e entrecortado,

respirar pesado pautado pelo

xingar dos canos secos, inúteis.

Escorre mais uma gota pela fonte,

Parece sempre a mesma, em repetição,

Estico a perna nua e encontro a tua

Húmida, quente, como os meus dedos,

Deixo-a estar. É o meu porto, seguro.

There's a limit to your love!

 

A ténue névoa quente adensa-se,

pouso os dedos - secos - na face

e escorrego-os numa carícia de presença,

Sinto-os mais teus que meus, insanos

no toque, ásperos na pose e sei que coro.

Já não inspiro. O branco e cinza perdeu-se.

A nuvem virou espectro negro amorfo

Pelo qual espreita, laivos de cores quentes,

tons de laranja e vermelho... sorrio e tusso.

No escuro procuro-te e já não te encontro.

There's a limit to your love!

 

PAS

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Desterra

por PAS, em 23.02.11

Gigantes falos de cimento apontam aos céus

Soltando nuvens de cinzento sobre um mar azul.

Serpentes de metal ejaculam pecados em detritos,

Sobre as águas da vida, sem a advertência de mal.

Árvores, socráticas, convidadas pelo vento a dançarem

Caem, desmaiadas, aos pés da ignorância humana.

Animais atravessam desertos, pântanos, lagos

À procura dum sinal divino que lhes diga onde parar.

Raízes de vazio em contínuo rasgam solos de seca,

Sem oásis no horizonte. Uma gota de água que console.

Campos de verde esperança, esmagam-se sob o pé nu

Da displicência. Da sobranceria humana. Do desrespeito.

Crianças choram, gritos mudos, de braços caídos,

Derrotadas por um horror de infância, fome e sede.

Um saco branco de plástico voa sem destino pela rua,

Qual símbolo de uma paz triste e de uma vida nua.

Matam. Torturam. Contaminam o futuro sem pensar

E ainda exploram a história para mais tarde recordar.

E nós e os nossos filhos? Ninguém quer saber?

Cuidar da vida, mais do que um direito é um dever.

 

PAS

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Falsa Poesia

por PAS, em 22.02.11

Escrevo para nada.

Escrevo para ninguém.

Deixo a pena correr pelo destino

Sem a chaga de um vintém.

Escrevo de revolta.

Escrevo sem sabor.

Não confio à mente próxima

Mais que um prenúncio de dor.

Escrevo para mim? Talvez.

Afinal sou quem sente o crivo

Que a pena sobre o papel fez.

Escrevo... Escrevo o vazio.

Palavras desconexas em rima

À procura de um corpo que ruiu.

Escrevo o nada.

E escrevo ninguém.

Pois nada é mais meu semelhante

Que a ausência de ser alguém.

Sobram estrofes de carisma,

Poucas que poucos entendem,

Suficientes para serem o sofisma

Para o falso poema. Amén.

 

PAS

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Adagio senza fine

por PAS, em 21.02.11

Eras encanto.

Singelas pernas, arqueadas

E tronco curvo bamboleante,

Teus pequenos braços, estendidos,

Pediam sempre o meu encontro.

Souberas tu o que sei hoje.

 

Eras coragem.

De cabelos ruivos, pelos ombros,

Beijavas flores, azedas, pela pradaria

Contavas entre perigos sui generis

Conquistas que o tempo fingia.

O teu amor, infância, era abandono.

Souberas tu o que sei hoje.

 

Eras drama. Eras fantasia.

A criança boleima virara alta e esguia.

Escrevia de letra e alma inocente

A dor que um tal de poeta carpia.

Ah jovem, filha de Eva e da serpente!

Souberas tu o que sei hoje.

 

Eras tristeza.

Cabeça queda a sonhar bizarria

Perderas a eloquência e a companhia.

Arrastaras pelos pés pesadelos

Que a mocidade confusa te devia.

E hoje sonhos? São noites sem vê-los.

Souberas tu da tua vida.

 

Eras tudo isso, serás tudo mais

O passado escreveu uma história

Caberá um final diferente aos demais.

 

PAS

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